Nessa postagem trataremos de um assunto atual e muito significativo para a sociedade contemporânea. É comum que, em suas obras, autores apresentem personagens- e até mesmo sociedades fictícias- em que as emoções são banidas em nome dos benefícios da racionalização e da ordem. No cinema, por exemplo, o garotinho-andróide David, interpretado por Haley Joel Osment, o robô-mordono Andrew, vivido por Robin Willians em O homem bicentenário. Os sentimentos representam uma espécie de infração que os faz cultivar desejos e enfrentar a dor do sentir.
Na vida real a emoção tem sido estudada por filósofos, psicólogos e neurocientístas. Falar delas, entretanto, não é tão fácil quanto se parece.
Vale apena ressaltar que não podemos dividir as emoções em dois grupos, “boas” ou “ruins”, em essência. Muito embora seja comum o uso do termo “positivo” (alegria e bom humor) e “negativo” (raiva, tristeza ou nojo). O certo é que o efeito que causam em nós depende fundamentalmente da forma como lidamos com o que sentimos. O que seria de nós, humanos, sem as emoções? Afinal, que graça teria a vida sem aquele frio na barriga, sem a explosão de alegria que sentimos quando recebemos uma boa notícia, sem a possibilidade de nos comovermos com a dor do próximo? Por vezes, podemos até considerar que, talvez, não nos emocionarmos nos pouparia de muitos contratempos. Mas, sem sombra de dúvida, a vida seria bem menos interessante...
Como escreveu Fernando Pessoa, em Caracterização individual dos heterônimos, “toda a emoções verdadeira é mentira na inteligência, pois não se dá nela. Toda emoção verdadeira tem, portanto, uma expressão falsa. Exprimir-se é dizer o que não se sente”.