sexta-feira, 1 de julho de 2011

Os Insetos Interiores - O Teatro Mágico.



" Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.
A futilidade encarrega-se de maestra-los.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, in(f)vertebrados.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se
A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.
Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores".

Em busca de SATISFAÇÃO e ALEGRIA....


   Como sobreviver a este século pérfido, em que somos mais uma mercadoria cambiada por migalhas? Quando falamos de escravidão, logo pensamos em “negros que sofriam açoites, que eram maltratados por seus donos, que eram trocados por especiarias da época, etc. No entanto, nos equivocamos com tal visão preconceituosa e leiga, pois, até hoje somos cativos dos nossos desejos incontrolados, das nossas vontades saciadas, das nossas escolhas precipitadas.
  Com o passar dos anos, somos levados a desrespeitar os nossos limites e até mesmo as nossas ideologias, porque queremos ser aceitos pela sociedade moderna. Os desejos passam a se desatinar nas mentes puras e, a partir daí somos presas fáceis para o nosso maior inimigo, a solidão.
  A onda do momento é “ficar sem compromisso”, onde é entregue o que de maior valor possuímos, o nosso corpo. Como não se envolver com alguém que tem em suas mãos o que de maior valor possuímos? Seria o mesmo que conseguir sair ileso de uma jaula de leões famintos. É através do envolvimento dos corpos que damos origem ao sentimento, seja de, maior intensidade ou de menor intensidade.
  Nas noites de fim de semana, milhões de jovens saem para trair seus corpo e seus limites sem nenhuma preocupação. São devorados pelos seus desejos e não poupam nenhuma de suas vontades, quando o assunto é sexo e drogas (lícitas e ilícitas). Mas lhes faço uma pergunta simples e objetiva: O que resta após o uso exagerado do corpo? Provavelmente, me responderão que lhes resta cansaço, ressaca, dores no corpo e muita solidão...
  Lutar contra nossos desejos e vontades é bem mais árduo do que aceitar as nossas vontades insaciáveis, no entanto, tal escolha produzirá em nós SATISFAÇÃO e ALEGRIA VERDADEIRA. Quantas vezes nos sentimos vazios e sós quando saímos do calor do momento. Nós, “seres humanos” somos muito mais do que imaginamos ser, só precisamos rever nossos valores e ideologias. Afinal de contas, você prefere ser um moderno solitário ou um quadrado satisfeito?
  A sociedade moderna nos impõe conceitos todos os dias, bombardeando-nos pela televisão, pela internet, pelas músicas, etc. Será que vamos colocar tais conceitos traiçoeiros acima da nossa co-existência? Precisamos de muita coragem para nadar contra a correnteza deste século em que somos tratados como mercadorias sem proprietário, e não, como donos de nossos corpos e mentes.
  Necessitamos dar um “BASTA” em todos os apelos pérfidos e gananciosos que entram pelos nossos sentidos vitais: mente vontade, emoção e consciência. Você é o autor da sua vida, por isso, não se deixe ser levado por “sociedades zumbis”, que nada sentem e nada vêem, pois são apenas fantasma na noite deste século traidor.

1 de Julho/2011 – 02:36a.m

O Primeiro amor...



     Há coisas maravilhosas que acontecem, tais coisas, nos marcam por toda a nossa vida. Mas nada marca mais do que aquilo que se é provado e digerido á primeira vez. Um exemplo prático é o 1º amor, assim que nos deparamos com aquela pessoa que nos arrebata tirando-nos do eixo de uma forma nunca sentida, estranhamos a nós mesmos. A primeira atitude é ter a certeza do que “se sente”, a segunda atitude é se imaginar com tal pessoa em público, terceira atitude é descobrir se tal sentimento é correspondido e a quarta atitude é repudiar a insensatez de tais sentimentos, principalmente, quando se é muito novo para amar e impossível aos nossos olhos.
   Depois de algum tempo analisando e observando o “ser que nos arrebata e nos tira do eixo”, somos embriagados pelos sentimentos mais puros e singelos do nosso interior. Imaginamos momentos ao lado de quem amamos, imaginamos a temperatura de suas mãos, imaginamos o olhar, imaginamos o falar, imaginamos e imaginamos. Quando o amor bate no peito, não escolhe nem dia, nem idade, nem distância, e etc. Quando somos invadidos por tal sentimento á primeira vez, lutamos e relutamos contra, pois não sabemos como reagir diante de um “corpo estranho”, no entanto, a convivência com esse “ser amado” nos torna mais hábil a amar e cativar esse “ser”.
  Mas no amor de infância, a concretização de tal sentimento se dá de forma pura e delicada, pois, todos os momentos atuais foram outrora idealizados numa mente inocente. O beijo sagaz pode ser trocado por um “eu te amo”, o amasso pode ser trocado por um abraço singelo, as horas de conversas sórdidas no celular ou no MSN pode ser trocado por cartinhas íntegras e castas, a entrega precipitada pode ser trocada pela incessante espera do entrelaçar de mãos.
  Não sei quanto de tal sentimento resta nessa geração de crianças precoces, ou onde vamos parar com tanta pressa e negligência para com o sentimento mais supremo que o ser humano pode produzir, o Amor.







1 de Julho/2011 –  ás 01:15a.m