sábado, 13 de agosto de 2011

A voz humana.



"Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,..."

  Diante do poema de Fernando Pessoa conseguimos ver a nossa imagem refletida de uma forma tão límpida e colorida.Contamos as histórias como se fôssemos a "voz da razão" e a "vítima da emoção", mas nunca somos o autor da infâmia, da violência,da covardia, do pecado, etc...

   Arre, estamos fartos de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Onde se encontra os servos da vida? Onde se encontra os que admitem os seus erros e não apontam os outros com avidez? 
   
   Na verdade não existe humildade em nós mesmos, pois, já sabemos que somos cheios de imundícias no mais íntimo do nosso "ser".